Ela
encantou Mike Muir, do Suicidal Tendencies, aos 16 anos, em Nova York,
quando tinha uma banda de hardcore, a OMI, sigla-tatuagem que carrega
até hoje na mão. Acabaram indo tocar no Viper Room, o clube de Johnny
Depp. Mas, pro público em geral, pode parecer surpresa que a atriz
Mayana Moura seja uma roqueira de carteirinha. “A menina da novela
canta”, ironiza ela enquanto comenta seu primeiro EP, com produção de
Tatá Aeroplano, Edgard Scandurra e Renato Cortez, disponível para streaming, no Soundcloud, e com show de lançamento na próxima quarta-feira (29) no Studio RJ, que também atua como selo no lançamento.
Mayana Moura completa 30 anos e para comemorar, vai
passar a data trabalhando, no palco do Studio RJ, no Arpoador. “É o show
de lançamento do meu CD, ‘Mayana’. Na verdade, é um EP [extended play],
só tem cinco músicas. É como se fosse um cartão de visitas do meu
trabalho.”
A moça, que está dando duro nas gravações de “Guerra dos Sexos”, vai ter
que se dividir em duas para poder divulgar o álbum. “É um malabarismo.
Mas queria avisar que vai dar para fazer download de tudo no meu site”.
Para não perder o foco na carreira de cantora, ela conta com a ajuda do
namorado, Artur Roman. “Ele é do meio também, vocalista da banda
Sabonetes”.
Mas ela não é exatamente uma marinheira de primeira viagem. Já teve
duas bandas: Glass and Glue e OMI. A última, formada na época em que
morava nos Estados Unidos, deixou de herança uma tatuagem com as três
letras nos dedos de sua mão. Quase ninguém sabe disso porque Mayana é
craque em cobrir o desenho para eventos profissionais e personagens.
Ah,
ela diz que está passando, sim, por uma espécie de crise dos 30. “Estão
rolando uns questionamentos. A gente pensa mais em quem quer ser, fica
mais ligada nas consequências das nossas atitudes e se preocupa muito
com o daqui pra frente”.
Agora,
ela concilia os shows com as gravações da próxima novela das 19h da TV
Globo, "Guerra dos sexos" (será a vilã Veruska). Sua última banda, a Glass’n’Glue,
acabou justamente por causa de uma novela, “Passione” (2010).
—
Íamos assinar contrato com uma gravadora, e eu não pude porque eles
teriam todos os direitos sobre minha imagem — diz, a respeito da torta de climão que paira sobre o fim do grupo.
Curiosamente,
a OMI morreu porque uma das integrantes, Omayra, trocou NY pelo Brasil.
E Mayana foi estudar Artes Cênicas #chatiada, como se diz na internet.
Branquinha com tatuagens, roupas pretas cheias de tachas, make negro, a cantora-compositora-atriz é a personificação do estilo de vida rock’n’roll.
—
Numa festa, eu e duas amigas usávamos camisetas de rock que eu fazia. O
Mario Testino viu a gente e pediu que fôssemos daquele jeito à praia,
no outro dia. Ele me fotografou e saí na “Visionaire” como a nova Garota
de Ipanema. Aí, fui para Paris, ele me colocou nos desfiles, e fizemos
várias campanhas, até uma Chanel de moicano para Lagerfeld.
Depois, virá “Bipolar”, que é “para ser um disco com dez músicas”, ela diz.
—
“Bipolar” porque traz um lado meio soturno e outro, leve — conta, por
telefone, avisando que vai liberar o material para download.
Se
Tatá Aeroplano é o lado doce, Scandurra entra com o peso. Originalmente
baixista, Mayana toca a guitarra com que aparece nas fotos apenas para
compor.
— Os meninos não me deixam tocar baixo. Havia muitos bons
músicos — diz, falando sobre os integrantes do Cérebro Eletrônico, que
foram a estúdio com ela.
Fonte: Jornal O Globo e Glamurama
Mayana Moura. Studio RJ (400 pessoas). Avenida Vieira Souto, 110, 1º andar, Ipanema, telefone: 2523-1204, General Osório. Quarta (29), 21h30. R$ 30,00. Bilheteria: a partir das 20h30 (qua.). www.studiorj.org
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