segunda-feira, 1 de julho de 2013

Mayana Moura para a coluna Ela Moda do Jornal O Globo

Nos sites de celebridades, Mayana Moura é mais uma estrela da TV. Mas para o ELA, a carioca integra o hall das musas de Karl Lagerfeld. A Cara Delevingne de dez anos atrás.
Descoberta no início dos anos 2000 por Mario Testino, que a fotografou como a nova Garota de Ipanema para a “Visionaire”, Mayana estrelou campanhas da Chanel e Salvatore Ferragamo muito antes de surgir como Melina Gouveia, a estilista de cabelos à la Vidal Sassoon de “Passione” (2010).

Aos 30 anos, Mayana está hoje com os cabelos compridos e levemente avermelhados. Faz terapia há pouco tempo — embora não seja exatamente uma entusiasta. Seu visual é menos punk do que quando surgiu na moda, com piercing e estilo inspirado em um de seus ídolos da época, Marilyn Manson.
— Tenho gostado mais de corte de alfaiataria, de peças mais sérias. Gosto de comprar roupas que durem. Não sou muito consumista. Aliás, as roupas no Brasil estão caras à beça — reclama a atriz, que posou neste ensaio, com saias longas e as jaquetas biker mais 
desejáveis da temporada — Não diria que meu estilo é menos rock’n’roll.




 A cantora e atriz francesa Françoise Hardy, fonte de inspiração para Nicolas Ghesquière, é uma das referências de estilo de Mayana. David Bowie também. Já Marilyn Manson perdeu espaço na lista de preferidos da atriz carioca.

— Eu tinha dois amores iguais: Lou Reed e Manson. Mas acho que hoje vejo o Manson bem menos como um ídolo. O Lou Reed é mais forte, interessante e me influencia mais — avalia a atriz, que anda “ouvindo direto” o músico israelense Asaf Avidan.

Mayana acaba de entrar de férias depois de interpretar a vilã Veruska em “Guerra dos Sexos” e aguarda a estreia do filme “O tempo e o vento”, de Jayme Monjardim, que também será transformado em minissérie na Globo, prevista para janeiro. No longa, ela vive Luzia (“Minha personagem favorita da literatura brasileira”) e toca, de verdade, cítara.




Neste intervalo do trabalho como atriz, ela volta à música. Depois de ser baixista da banda OMI, quando morava em Nova York, vocalista e compositora da Glass’n’Glue, no Rio, e de gravar o EP solo “Mayana”, ela surge com um novo projeto. Desta vez, regravou músicas dos anos 70 com o diretor Mauro Lima. O duo chamado Georges et Feuchard (sobrenomes francês, dele, e alemão, dela) deve ser lançado no fim do ano. O disco é de rock?

— Não, é meio psicodélico. O Mauro faz todos os instrumentos, e eu a voz.
Mauro é um de seus melhores amigos. No dia da manifestação na Presidente Vargas, que terminou em confusão em frente à Prefeitura, Mayana acompanhava Mauro no set do filme “Tim Maia”. Não foi às ruas, mas está atenta.
 



— É importante lutar pelos direitos de forma pacífica. A cura gay parece piada de mal gosto, um retrocesso.
Ex-baixista, ex-modelo, ex-estilista. Pode-se defini-la desta forma. Mas sua trajetória profissional traduz um pouco mais de sua personalidade e formação. A multiplicidade de talentos aponta para uma amplitude de interesses e aspirações, típica da Geração Y, nome dado aos que nasceram a partir dos anos 80. A atriz, porém, não concorda muito:

— Na verdade, eu me sinto mais como uma artista, da maneira mais ampla mesmo. Ficaria feliz como artista plástica, como fotógrafa e até desenhando roupas ou maquiando.
Ou seja, ex é um prefixo que ela não conjuga muito. Mayana é tudo ao mesmo tempo agora. E com convicção.


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